A Biblioteca Pública Pelotense foi fundada em 1875, pelo jornalista Antônio Joaquim Dias. Sua sede foi originalmente projetada pelo arquiteto italiano José Izella Merotte (ver Clube Comercial) e construída por Manoel Jorge Rodrigues. Inaugurado parcialmente em 1881, e definitivamente em 1888, o imóvel sofreu grande e requintada reforma entre 1911 e 1913. Coube ao arquiteto Caetano Casaretto projetar a ampliação do prédio que, a partir de 1914, passou a contar com dois pavimentos.
Caetano projetou o imóvel como que propondo um roteiro de visitas, ou seja, compondo várias opções de percursos pelo interior da Biblioteca. Assim, a escala volumétrica dos diferentes espaços aumenta à medida em que, hierarquicamente, eles vão se sucedendo - característica reforçada através da fluidez visual e da integração espacial dos compartimentos. Por outro lado, a estrutura metálica do salão de leitura principal, que sustenta a circulação do pavimento superior, associada à iluminação zenital, garantiu grande beleza e leveza ao conjunto (espaço agradável e digno). Por fim, o imóvel recebeu pinturas parietais e relevos em madeira, realizados, respectivamente, por Martim Liz e Jacob Guillerme Schmoll.
A partir de 1992, sob a presidência de Joaquim Salvador Pinho e Luís Fernando Lessa Freitas, a Biblioteca Pública Pelotense sofreu considerável, e positiva, mudança de rumos. O segundo pavimento que esteve, por décadas, cedido à Câmara de Vereadores, foi recuperado (segundo orientação do arquiteto Andrey R. Schlee), o museu reorganizado e o salão reconquistado. No entanto, a Biblioteca exige e merece muito mais. Necessita, urgentemente, de uma restauração capaz de resgatar sua dignidade e abrangência cultural.
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