DIA DO TRABALHO

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

HOJE,6 DE SETEMBRO / DIA DO ALFAIATE.

Alfaiate de Pelotas completa 104 anos esbanjando vitalidade
Renalto Palombo ganhou um desafio como presente de aniversário. Alguns amigos duvidaram da capacidade do alfaiate de enfiar uma linha em uma agulha. Com calma e prática, molhou a ponta do fio e encaixou no buraco na primeira tentativa. Diante dos olhos perplexos dos desafiantes, arrancou suspiros de admiração e até aplausos na tarde de quarta-feira, em Pelotas, no sul do Estado. Renalto Palombo completou nesta quarta-feira 104 anos. E nem precisou de óculos. Com mais de um centenário de vida, muitos deles dedicados à confecção de roupas - inclusive de alta grife -, a brincadeira foi apenas uma parte da extensa programação que marcou o aniversário do "cliente mais antigo do Café Aquários", o mais tradicional reduto pelotense de debates e de boemia. Do passeio pelo centro da cidade ao bolo de parabéns, o centésimo quarto 15 de agosto da vida do descendente de italianos Palombo chamou a atenção de quem circulou pelo centro da cidade. Morando há dois anos em uma clínica, o alfaiate aposentado foi levado pelo amigo Celso Brod para rever os antigos companheiros das frequentes tardes de bate-papo do bar. Não teve quem não parou para cumprimentar o homem de fala calma e olhar tranquilo e observador. Palombo, aliás, movimentou também a economia paralela que vive no Aquários. Montecir Farias, que se intitula fotógrafo oficial do café, perdeu as contas de quantas fotos tirou. Já sabe que o dia seguinte seria de revelações e pagamentos. — Além de meu amigo, o Palombo me traz até dinheiro — divertiu-se. São poucas as limitações do alfaiate de íris azul e coração amarelo, como as cores de seu amado E.C. Pelotas. Para ouvir, precisa que fale bastante alto. A voz é baixa, praticamente sussurra. Assim, pode fazer filtros: escutar apenas praticamente o que lhe interessa e falar apenas para quem quer prestar atenção. E são sempre ensinamentos interessantes. Aos 104 anos, acumulou frases, conselhos e ditados, para tentar ajudar os interessados a atingir sua idade. — Economia não é ter dinheiro no bolso. Economia é ter mulher — proferiu. Conhecido pelas várias namoradas e nenhuma esposa, não cansa de brincar que um dos segredos para a longevidade é não se casar. Virou até mesmo uma espécie de "mantra" na cidade. Celso Brod lembra de um encontro com Palombo pouco depois do centésimo aniversário. Eles conversavam em uma mesa quando o alfaiate enxergou uma mulher com saia curta, que deixava à mostra as coxas um tanto brancas, mas torneadas. Brod perguntou se ele gostava de olhar. A resposta o desconcertou: — Não, eu gosto é de lembrar. Outra característica marcante de Palombo é a tranquilidade, que sempre lhe acompanhou, mesmo na juventude. O segredo: — Nunca bebi nem pensei em coisas ruins antes de dormir. No outro dia, acordei sempre bem. No restaurante em que almoçaram, sem que qualquer alarde fosse feito, Palombo viveu seu primeiro momento celebridade: na saída, foi aplaudido de pé pelos presentes. Depois disso, deu entrevistas para televisões, jornais, posou para fotos, ganhou abraços e beijos. No meio da tarde, saiu para a clínica em que mora. Enquanto caminhava, foi reconhecido pelos moradores da cidade que o viu nascer. A mesma cidade que acompanhou crescer.Completou 104 anos no dia 15 DE AGOSTO DE 2012. ZERO HORA

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